Criado há um ano na Maternidade Dona Evangelina Rosa (MDER), o Projeto Permanecer, que objetiva desenvolver ações de sensibilização sobre sífilis congênita e fortalecer atitudes de adesão ao tratamento, minimizando os sofrimentos decorrentes da hospitalização prolongada, realizou evento em alusão às ações do projeto desde que foi criado.

Durante o evento, organizado pelo Núcleo Permanente e Práticas de Saúde, (NEEPS), foram realizadas apresentações dos resultados alcançados.  A gerente de epidemiologia da Fundação Municipal de Saúde, a medica, Amparo Salmito proferiu palestra sobre Sífilis. Segundo ela, a importância do Projeto é relevante, especialmente com o treinamento -  sobre sífilis na gestação, no bebê e no homem - com equipe que está à frente do trabalho. “Tudo isso é um processo que deve continuar para que se possa cuidar de uma doença que é milenar, mas ainda não possui vacina”, disse Salmito ressaltando que  existe tratamento para a sífilis. “É fácil de tratar e deve contemplar toda a família”, completou.

O Projeto Permanecer trabalha, dentre outras ações, com informações sobre a importância da continuidade do tratamento após a alta da maternidade, promovendo reflexões sobre a prevenção em gestações posteriores e  apontando os riscos do não tratamento. Além disso, o trabalho onde atuam enfermeiros, médicos, psicólogos e assistentes socais da Evangelina, acompanha as demandas decorrentes de internação prolongada e dos sentimentos decorrentes do tratamento do bebê.

Após o tratamento na Evangelina, as crianças fazem o acompanhamento trimestral nas suas respectivas Unidades de Saúde, até completar 18 meses com resultados negativos, que assegura a cura total da doença na criança. A metodologia adotada é a identificação dos casos com visitas diárias para informar quem são as mães que têm a doença e quais os bebês que terão que ser submetidos ao tratamento.

 

Casos de Sífilis


O Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) fez um levantamento e constatou um aumento nos casos de sífilis no Piauí, fato que também está ocorrendo em todo o país e em algumas partes do mundo. A doença, em uma mulher gestante, pode ser transmitida ao bebê, sendo considerada uma sífilis congênita. As repercussões podem ser leves ou graves nos recém-nascido. 

Em 2018, segundo a Secretaria de Estado da Saúde (SESAPI), foram registrados, no estado, 817 casos de sífilis, um aumento que quase o dobro em relação ao ano de 2017, quando foram contabilizados 416 casos.

* por Astrid Lages