Por Assessoria de Comunicação SESAPI - secsaudepi@gmail.com
Fortalecimento na Atenção Primária vai evitar superlotação na Maternidade
Mais cuidado às gestantes nos municípios terá impacto direto na assistência na Maternidade
A melhoria na assistência à mulher durante o pré-natal, feita pela Atenção Primária nos municípios, é uma das estratégias apontadas por técnicos da Secretaria de Estado da Saúde, da Maternidade Dona Evangelina Rosa, Ministério Público do Estado e Conselho Regional de Medicina para diminuir o intenso fluxo de gestantes na única Maternidade referência em alta complexidade do Estado. Essa foi solução apontada entre os integrantes do Fórum Interinstitucional Permanente de Saúde, em audiência realizada nesta noite de quinta, 18.
Na apresentação dos dados, ficou evidenciado que a superlotação da Maternidade está diretamente ligada ao acúmulo de pacientes de baixo risco, que poderiam ser atendidas em maternidades municipais, tanto de Teresina, como do interior do Estado.
O diretor geral da Maternidade, médico Francisco Macêdo, afirmou ainda que atualmente 50% das parturientes internadas na Casa são de baixo risco. “É preciso haver um entendimento com os municípios para que esses casos sejam enviados para as maternidades municipais, porque a Evangelina Rosa é uma Maternidade a alta complexidade”, esclareceu.
Outro ponto elencado relaciona as principais causas de prematuridades dos recém-nascidos estão ligadas à própria gestação, que representam 75%. Cita-se, por exemplo, a eclâmpsia (provocada por hipertensão na gravidez) e infecções no trato geniturinário. “Causas que poderiam ser evitadas”, afirmou o diretor clínico da Maternidade, Marcos Bittencourt, frisando que a maioria desses casos ocorre, segundo os dados, porque a Atenção Primária não está funcionando de forma adequada. O médico lembrou que a taxa de prematuridade na Evangelina Rosa atualmente é de 20%. Apenas 10%, segundo ele, são provocadas por problemas com o recém-nascido.
A diretora do Instituto de Perinatologia Social (IPS), médica Francisca Lopes, reforça a importância do fortalecimento da Atenção Primária, para que a Maternidade possa atender os casos de alta complexidade, que é o perfil de assistência da unidade. “A Evangelina tem uma equipe grande e uma estrutura de aparelhamento para atender casos de alto risco e tem que receber mulheres com problemas que poderiam ter sido evitados durante o pré-natal”, frisou.
Segundo o superintendente de Assistência à Saúde da SESAPI, coronel Gerardo Rebelo, é necessário o envolvimento maior dos municípios. “Temos que priorizar a atenção e promover a saúde, para reduzir o fluxo do risco habitual”, completou.
A presidente do CRM, Mirian Parente, reconheceu a necessidade da contratação de mais profissionais de ginecologia e obstetrícia nos municípios com a finalidade de fortalecer a Atenção Primária e, com isso, reduzir casos de prematuridade e, consequentemente, superlotação nas Unidades de Terapia Intensiva neonatais(UTINs) e os óbitos.
Ações na Maternidade
Como solução emergencial para atender de forma satisfatória a demanda na Maternidade, já está em andamento reforma e ampliação da unidade, que fará a ampliação de mais 60 leitos, entre UTI neonatal e obstétrica.
De acordo com o diretor da Evangelina, a construção de 10 novos leitos da Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) já está em andamento e deve ser entregue ainda este mês. Outra importante intervenção é a reforma da Admissão e na Ala Administrativa. Esses espaços darão lugar a novos leitos, salas de repouso e estabilização, com previsão que sejam construídos 52 leitos hospitalares.
Ainda conforme o diretor geral Francisco Macêdo, as mudanças estruturais que deverão ser realizadas na Instituição ocorrem em paralelo ao início das obras da Maternidade de Referência Estadual, que será erguida em Teresina. “Reduzir a superlotação é meta prioritária da nossa gestão. Já temos soluções prontas para começar”, ressaltou.
Outro importante avanço, que teve impacto direto na assistência à mulher, foi a implantação, ainda no ano passado, da Casa da Gestante, Puérpera e Bebês, com capacidade em atender simultaneamente 20 mulheres, que precisam de cuidados especiais, mas sem a necessidade de internação.
Por Astrid Lages