Denise Nascimento Piauí implanta a primeira residência terapêutica para egressos do sistema prisional

O secretário de Estado da Saúde, Francisco Costa, visitou hoje (9) a primeira residência terapêutica para egressos do sistema prisional do Piauí. O modelo é um dos pioneiros e referência para os outros estados do país. A visita também foi acompanhada pelo secretario de Estado da Justiça, Daniel Oliveira.

As residências terapêuticas são alternativas de atendimento humanizado aos pacientes com transtorno mental oriundos do sistema hospitalar psiquiátrico que não possuem vínculo familiar e passaram dois anos ou mais internados. As residências terapêuticas proporcionam o retorno desses pacientes ao ambiente comunitário com a visão e missão de humanizar a assistência psiquiátrica. Atualmente, o Piauí possui sete residências terapêuticas.

“Nessas modelagens das residências terapêuticas, o Piauí sai inclusive como referência para outros estados, é um modelo que tem sido muito pouco utilizado no Brasil, mas adotamos por acreditar que no formato da atenção da residência terapêutica, sendo também um ponto de atenção da rede de atenção psicossocial, possamos assim também cuidar das pessoas. Verificamos o avanço dos pacientes que já estão fazendo parte da rotina da residência terapêutica já conseguiram ter, aonde muitos deles não tinham as habilidades mínimas da rotina de vida e agora é já podemos perceber um novo horizonte nessas vidas”, comenta Francisco Costa.

Essa unidade de residência terapêutica está há quatro meses em funcionamento e tem como intuito resocializar pacientes com transtornos psiquiátricos, que já foram considerados de alta periculosidade por já passarem pelo sistema prisional, inserindo-os no convívio com a sociedade e dando continuidade ao tratamento de forma mais humanizada, além de tentar inseri-los no mercado de trabalho. A casa conta com sete moradores e seis cuidadores de plantão em tempo integral. O modelo da residência foi idealizado em parceria entre a Secretaria de Estado da Saúde, Secretaria de Estado da Justiça, com apoio do Ministério Público e poder judiciário.

Os moradores da casa realizam atividades físicas regularmente na academia popular localizada na praça do bairro, além de passeios pela região diariamente. Segundo a coordenadora da casa, Maria da Cruz, “alguns deles não sabiam mais sequer colocar a própria comida no prato e amarrar o sapato, e hoje já conseguem”. A residência é um diferencial na vida dessas pessoas, como é o caso do paciente M.M, que passou 26 anos de sua vida internado em hospitais psiquiátricos do Estado, que hoje já sai para fazer compras no comércio do bairro.

Esse modelo de residência mostra que com o convívio social, trabalhando em rede ligada à Unidade Básica de Saúde e CAPS, a evolução e melhoria desses pacientes é concreta.

Costa ainda anunciou a abertura de outra residência do mesmo modelo em março, “dessa forma poderemos migrar outros pacientes e assim conseguirmos dar uma destinação adequada a esses pacientes que precisam de tratamentos, egressos do sistema prisional, como também tiramos aquela pressão e superlotação provocada por esses pacientes no Hospital Areolino de Abreu. Com essa política antimanicomial acreditamos que é possível desinstitucionalizar essas pessoas”, disse o secretário de Estado da Saúde.

Por: Denise Nascimento