A implantação de políticas públicas de saúde para a população indígena no Piauí foi pauta de uma reunião realizada essa semana na Diretoria de Unidade de Vigilância e Atenção à Saúde(DUVAS), com a gerência de atenção à saúde, representantes do Ministério da Saúde e do Ministério Público Federal.

Durante muito tempo o estado do Piauí não era reconhecido por população indígena, mas segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística(IBGE), a presença do indígena se confirma em 36 municípios chegando a aproximadamente 3 mil índios.

Com base no projeto do Governo do Estado, “Piauí tem índio sim”, várias ações estão sendo discutidas no intuito de promover melhor assistência à saúde dessa população. Embora o estado tenha um centro de atendimento, esse é um serviço ainda coordenado pelo estado do maranhão.

A partir dessas reuniões, o Piauí se prepara para criar o próprio Distrito de Saúde Indígena (DSEI).

“O momento é de fundamental importância. Um marco para Piauí porque estamos convocando outro estado para dividirmos responsabilidades e com o Ministério da Saúde remapearmos essa atenção à saúde do indígena. A partir do mapeamento de territórios chegaremos à legalização das áreas e acreditamos que efetivamente o Ministério possa reconhecer e aportar recursos financeiros que vão fortalecer o trabalho de oferecimento de saúde para os indígenas piauienses”, afirma Herlon Guimarães, diretor DUVAS.

O Piauí tem índio sim

Em alusão à comemoração ao dia do Índio, 19 de abril, o Governo do Estado lançou o projeto “O Piauí tem índio sim”, com a apresentação da Comissão Técnica do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI-PI). Ainda naquela oportunidade, o governador Wellington Dias assinou dois atos, o primeiro para realização de pesquisas de identificação e de caracterização como população indígena das aldeias e o segundo para a criação da Comissão Técnica do Distrito Sanitário Especial Indígena.

A DSEI-PI é formada por representantes das secretarias de Saúde e Educação, Universidade Estadual do Piauí (UESPI/FACIME), Universidade Federal do Piauí (UFPI), Núcleo de Estudos em Saúde Pública (NESP/UFPI), Fundação Nacional do Índio (FUNAI), FUNAI – CLT Piripiri, Fundação Nacional de Saúde (FUNASA), Ministério Público Federal no Piauí (MPFPI), Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI/MS), Centro de Hematologia e Hemoterapia do Piauí (HEMOPI), Superintendência de Relações Institucionais e Sociais (SUPRIS).

Com a criação do distrito, o governador espera melhorar o atendimento à saúde dos índios piauienses como também continuar o atendimento aos índios de outros estados realizados pela Casa do Índio – CASAI. “Hoje temos uma casa de saúde indígena vinculada a um distrito do Maranhão. Vamos continuar atendendo as populações do Maranhão, do Tocantins, do Pará, de outros lugares, mas queremos um distrito próprio”, declarou Dias. 

De acordo com Dias, o trabalho do governo em valorizar e tentar o reconhecimento das comunidades indígenas junto ao Governo Federal não é novidade. “Eu, como governador, já em mandato anterior, reconheci as comunidades Guajajarás, na região de Piripiri; e Lagoa do São Francisco; os Cabeludos na região de Pedro II e os Cariris na região de Queimada Nova”.

Por Eugênia Reis, com informações da CCOM