Os índices de mortalidade infantil vêm diminuindo de forma gradativa nos últimos sete anos no Piauí. Em 2002, para cada mil crianças nascidas vivas 33 morriam antes de completar um ano de vida. Já em 2009 esta taxa caiu para 24 crianças de cada mil nascidas vivas. Esses dados foram apresentados na publicação “Indicadores de Saúde 2002-2009” da Secretaria da Saúde. Segundo a Diretora de Vigilância e Atenção a Saúde, Leidimar Alencar, dados de uma pesquisa realizada em todo o Brasil sobre a Mortalidade Infantil revelaram que a cada 10% de expansão do Programa Saúde da Família, os índices de mortalidade decrescem em torno de 4,6% nessas regiões. “A pesquisa mostra que o acesso aos serviços de saúde e uma melhoria da assistência são mais significativos para a redução da mortalidade do que o saneamento básico”, conta a diretora. Dentro dos eixos abordados na publicação está também o que trata sobre a Atenção Básica em Saúde e a Estratégia Saúde da Família, onde se destaca que quando a atenção primária ocupa do papel central na organização dos sistemas de saúde melhora os estado de saúde da população com equidade, proporciona diminuição de custos e garante resolutividade de até 85% dos problemas de saúde. A cobertura atual do PSF no Piauí é de 93,3%. Mortalidade em menores de 5 anos de idade A estimativa de risco de morte em nascidos vivos durante os cinco primeiros anos de vida apresenta tendência decrescente. Em 2002, os números apontam que 39,3 morriam antes de completar cinco anos de vida. Em 2009, esse número foi de 15,7. Mesmo com o decréscimo acentuado, a Secretaria da Saúde ainda não considera um bom número, levando em conta que se esta falando em mortalidade infantil. Ainda há metas a cumprir. Sobretudo, essa diminuição se deve às ações e planos criados para combater os óbitos. Um deles é a Rede de Atenção à Saúde, que representa uma linha de cuidados à mulher e à criança, que oferece assistência integral a elas, abrangendo todas as necessidades e que pertence ao Plano Estadual de Ações Estratégicas para a Redução da Mortalidade Infantil. Essa rede está sendo estruturada na região de Floriano. "As frentes para redução da mortalidade infantil são muito amplas, nós agimos em todos os lados e fatores que podem implicar na saúde da criança, criando redes que envolvem todos os âmbitos de forma ostensiva", disse Cristiane Moura Fé, superintendente de atenção à saúde, acrescentando que o Piauí foi o estado do Nordeste que mais reduziu os índices de mortalidade infantil entre os anos de 2007 e 2008, como consta nos indicadores. Ações para reduzir a mortalidade infantil O Estado do Piauí vem desenvolvendo diversas ações para a redução da mortalidade infantil. A Secretaria da Saúde lançou o Plano Estadual de Ações Estratégicas pela Redução da Mortalidade Infantil, que tem como meta reduzir a mortalidade em 5% até 2010. O plano foi traçado em comum acordo entre municípios e Estado. O Piauí tem 24 cidades consideradas prioritárias: Teresina, União, Altos, José de Freitas, Picos, Paulistana, Parnaíba, Cocal, Floriano, Piripiri, Barras, Esperantina, Miguel Alves, Pedro II, Piracuruca, Batalha, Luzilândia, Bom Jesus, Corrente, Castelo do Piauí, São João do Piauí, São Raimundo Nonato, Valença do Piauí e Oeiras. As cidades de Picos, Teresina e Parnaíba concentraram 50% dos óbitos infantis em 2008. O Piauí foi o estado do Nordeste que mais reduziu os índices de mortalidade infantil entre os anos de 2007 e 2008. “Mesmo com esses avanços, ainda não podemos comemorar e sim reforçar as ações para que a meta de redução de 5% seja cumprida até o final deste ano”, afirma Cristiane Moura Fé. Segundo o Ministério da Saúde a maioria das mortes de recém-nascidos ocorre por causas evitáveis, entre elas falta de atenção adequada à mulher durante a gestação, no parto e também ao feto e ao bebê. Além desses fatores, a mortalidade infantil também está associada à educação, ao padrão de renda familiar, ao acesso aos serviços de saúde, à oferta água tratada e esgoto e ao grau de informação das mães. Aleitamento materno “O aleitamento materno é a estratégia mais natural de melhoria das condições de saúde da população infantil, principalmente abaixo dos dois anos de idade. È um instrumento essencial para a redução da mortalidade infantil”, comenta a coordenadora de atenção à saúde da criança e do adolescente da Secretaria da Saúde, Edna Batista. Levantamento do Ministério da Saúde feito em todas as capitais e Distrito Federal e em outros 239 municípios e que somou informações de aproximadamente 118 mil crianças mostra que o tempo médio do período de Aleitamento Materno no país aumentou um mês e meio: passou de 296 dias, em 1999, para 342 dias, em 2008, nas capitais e Distrito Federal. O estudo também revelou um aumento do índice de Aleitamento Materno Exclusivo em crianças menores de quatro meses. Em 1999, era de 35%, passando para 52% em 2008. Outro resultado importante está relacionado com o aumento, em média, de um mês na duração do Aleitamento Materno Exclusivo nas capitais e Distrito Federal. Em 1999, a duração era de 24 dias e, em 2008, passou a ser de 54 dias – ou seja, mais que dobrou. Desde a implantação do Programa Nacional de Incentivo ao Aleitamento Materno, no início da década de 1980, os índices de aleitamento materno vêm aumentando gradativamente. Quando comparada à situação em 1999, a duração de Aleitamento Materno, em média, aumentou um mês e meio, passando de 296 dias para 342 dias, em 2008. A média nas capitais passou de 42,2% (1999) para 58,7% (2008).