Municípios com baixos índices nos indicadores de saúde da Estratégia Saúde da Família, como mortalidade infantil, materna e desnutrição estão reunidos desde ontem, 12, com instrutores da Universidade de Toronto no Canadá e consultores brasileiros e canadenses para o segundo módulo do curso em atenção primária, que teve início em outubro de 2008. As aulas acontecem no Hotel Real Palace até amanhã, 14. O Curso de Aperfeiçoamento de Gestão em Atenção Primária também está sendo realizado nos Estados de Alagoas, Paraíba e Maranhão. O nordeste foi a região escolhida para essa parceria entre Brasil e Canadá porque 90% da população é usuária do SUS. A parceria, desenvolvida entre a Universidade de Toronto e o Conselho Nacional de Secretários de Saúde - CONASS é patrocinada pela Agência Canadense de Desenvolvimento Internacional - CIDA e Ministério da Saúde. Trata-se de uma cooperação internacional entre Brasil e Canadá para o fortalecimento das equipes de atenção primária/básica. Alguns critérios foram estabelecidos para a escolha dos municípios que irão participar do Curso. Um dos critérios para a indicação desses municípios foram o baixo desempenho dos indicadores dentro das estratégias de saúde da família. As temáticas abordadas nesses três dias de curso envolvem assuntos sobre mortalidade materna, gravidez na adolescência, hanseníase, aleitamento materno, racismo, HPV, mortalidade infantil, doenças sensíveis à atenção básica e hipertensão. De acordo com Yves Talbot, médico e professor da Universidade de Toronto, o objetivo principal do curso é o aperfeiçoamento das práticas de gestão de serviços de Atenção Primária à Saúde (APS) no contexto do Sistema Único de Saúde (SUS). “O curso oportuniza a apropriação de uma metodologia de enfrentamento de problemas de saúde e disponibiliza ferramentas para que os participantes desenvolvam habilidades gerenciais. Além disso, o curso enfatiza que as questões de etnia devem ser consideradas a fim de que pessoas de todas as raças sejam tratadas com equidade”, explicou. Ele explica esse curso vai ajudar ainda a melhorar o atendimento a população que procura os serviços públicos de saúde. Segundo Yves Talbot, a saúde pública é de todos. “A saúde tem que atender a todos. O Brasil entra com a experiência de ter o maior plano de saúde do mundo, o SUS, e nós com a experiência no atendimento”, afirmou. Além do curso, os municípios também concorreram a inscreveram projetos na área de atenção básica. Foram aprovados nove projetos na área de atenção básica que serão desenvolvidos dentro dos municípios nas áreas da mortalidade infantil e materna, HPV, hanseníase, hipertensão, internações por infecções respiratórias e diarréicas, gravidez na adolescência e aleitamento materno. Os projetos serão co-financiados pela CIDA – Agência Canadense para Desenvolvimento Internacional. Os municípios que estão participando desta oficina são: Teresina, Alto Longa, Amarante, Barras, Beneditinos, Canto do Buriti, Regionais e Secretarias Municipais de Saúde de Oeiras e Floriano, Guadalupe, Pedro II, São Francisco do Piauí, União e Uruçui. Hoje à tarde haverá debates sobre como usar a literatura na saúde como forma de encontrar soluções para algumas doenças como Hanseníase, Mortalidade Infantil e Materna dentre outras. O debate terá o apoio de bibliotecários da Universidade Estadual do Piauí e do Núcleo de Estudos em Saúde Pública da Universidade Federal do Piauí (NESP - UFPI). Ainda serão debatidos temas como a melhoria do atendimento dos postos de saúde, acompanhamento do usuário em diferentes etapas de sua vida, facilitação do fluxo de informações, além de disponibilizar as informações do paciente desde a atenção básica até o fim do seu tratamento médico. Por Daiton Meireles Revisão: Sana Moraes