O Programa de Saúde e Saneamento Básico – PROSAR, uma parceria entre Secretaria da Saúde e Ministério da Saúde com o banco alemão KFW, beneficia comunidades do semi-árido piauiense com sistemas de abastecimento de água e unidades sanitárias. Está presente em cinco regionais, e seus projetos já alcançam 71 municípios. Para atender as demandas, existem recursos já assegurados até dezembro para trabalhar unidades sanitárias, beneficiando comunidades de quatro territórios da cidadania: Carnaubais, Vale do Guaribas, Serra da Capivara e Entre Rios. Os trabalhos já começaram na região Vale do Guaribas e já estão sendo feita a ampliação de unidades sanitárias em Carnaubais e Entre Rios. O objetivo não é só implantar o Projeto, mas capacitar à própria comunidade sobre o uso dos banheiros, para que possam zelar pela unidade e pela saúde das pessoas. Dados do IBGE revelam que o Piauí tinha em 2001 um total de 661.366 domicílios particulares permanentes, 57,7% desses domicílios possuíam banheiros ou sanitários. Quanto ao esgoto sanitário, em 61,7% haviam fossas sépticas e 38,3% outras formas. “Nessas outras formas, os dejetos iam para esgotos ou para uma fossa rudimentar, fossa negra ou ainda buracos. Isso ainda é pratica comum nas comunidades do semi-árido, o que possibilita o surgimento de muitas doenças, principalmente as verminoses. Quem mais sofre com isso são as crianças e os idosos”, disse o coordenador do Prosar, Gerardo Lima. Mas os problemas não param por aí. “Isso termina carreando ainda outros problemas, principalmente nos locais onde têm córregos ou rios porque todos esses excrementos terminam escorrendo por essas águas. Na maioria dessas comunidades não tem uma forma de tratamento de água adequado e muitas pessoas acabam utilizando a água para o uso doméstico. Mesmo com todas as ações desenvolvidas, isso ainda é uma realidade presente em muitas comunidades do Piauí”, explicou o coordenador. O censo informou ainda que naquela mesma época, 283.985 dos domicílios piauienses não tinham banheiros, nem sanitários, o que equivale a 44,84% das casas. “As pessoas realizavam suas necessidades a céu aberto”, disse o coordenador. A implantação das fossas sanitárias segue alguns critérios. Entre eles está que as comunidades tenham um aglomerado de 30 casas e 150 habitantes. Um outro, é a disponibilidade de energia elétrica. Aquelas que não possuem, mas tem energia elétrica próximo, é feito à interligação das casas. “Quando a comunidade faz a solicitação para secretaria da Saúde, através do Prosar, nós vamos com engenheiros pra identificar a questão (energia elétrica e água) e a equipe formada por assistentes sociais para verificar os pontos sociais. Depois disso, se avaliar tecnicamente a viabilidade do projeto, vai pra licitação e após isso se faz uma nova visita para implantação do projeto”, finalizou Gerardo Lima.