O Ministério da Saúde (MS) prepara megaestrutura para a Campanha Nacional de Vacinação para Eliminação da Rubéola, que pretende imunizar, de 9 de agosto a 12 de setembro, 70 milhões de pessoas de ambos os sexos em todo o país. A abertura da campanha contará com 70 mil postos de vacinação. Serão usadas 80 milhões de seringas e agulhas, 220 mil pessoas, entre voluntários e servidores da saúde, dez aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB), 41 mil carros e mais de 600 barcos são apenas alguns dos números grandiosos para a maior campanha de vacinação já feita no mundo. Nos últimos dois anos, houve surtos de rubéola de forma dispersa em todo o país, uma ameaça à população ainda não vacinada. Em 2007, foram registrados 8.407 casos, sendo 161 em mulheres grávidas o que resultou em 20 recém-nascidos com Síndrome da Rubéola Congênita - SCR (cegueira, surdez, retardo mental e cardiopatias, entre outras seqüelas). A única alternativa para conter o avanço de casos, surtos e a SRC é a vacinação indiscriminada de homens e mulheres. O alvo principal é a população de sexo masculino. Em anos anteriores, foram mulheres e crianças. A faixa etária mais atingida é a de 20 a 34 anos de idade e 70% dos casos confirmados ocorreram entre os homens. INVESTIMENTOS - No total, o governo federal investirá R$ 202,6 milhões na campanha, o que representa um gasto de R$ 2,90 por pessoa vacinada. Em contrapartida, estima-se que, para cada dólar aplicado, são economizados outros 12 dólares em tratamento curativo de crianças afetadas. O custo do tratamento de uma criança com Síndrome da Rubéola Congênita (SCR) é estimado em mais de 200 mil dólares anuais; além disso, os maiores gastos referem-se à vida de uma pessoa com algum grau de deficiência (cegueira, surdez, retardo mental e cardiopatias graves, entre outras), sendo que existe uma vacina segura e eficaz que pode evitar tudo isso. A logística para a campanha vem sendo pensada pelo ministério desde setembro de 2007. E, assim que definidas, ações foram tomadas. O ministério aplicou R$ 135,2 milhões na aquisição de mais de 84 mil doses de vacinas, R$ 8,9 milhões na compra de 80,1 milhões de seringas e agulhas e transferiu R$ 41 milhões para estados e municípios a fim de cobrir despesas com diárias, combustíveis e outras necessárias à operacionalização da campanha. Foram reservados R$ 3,4 milhões para a compra de caixas térmicas e mais R$ 1 milhão para bobinas de gelo reutilizáveis. O ministério destinou, ainda, R$ 1 milhão em capacitação de pessoal, R$ 2,3 milhões em supervisão e assessoria, além de R$ 2 milhões em materiais impressos e R$ 10 milhões em campanha publicitária. FRENTES E MOBILIZAÇÃO - A vacinação ocorrerá em duas grandes frentes: com a aplicação da vacina dupla viral (sarampo e rubéola) em homens e mulheres com idade entre 20 e 39 anos de todo o país, e por meio da vacina tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) em indivíduos entre 12 e 19 anos nos estados do Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso, Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte, além de toda a população indígena que vive em aldeias. De acordo com o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Gerson Penna, todos devem ser vacinados, independente do histórico de vacinação ou doença anterior. “A campanha de vacinação causa impacto imediato para alcançar a meta de eliminação da Rubéola nas Américas até 2010, um compromisso internacional e nacional assumido pelo Brasil durante a 44ª reunião do Conselho Diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS)”, acrescenta o secretário. As ações para mobilização feitas pelo ministério têm diversas frentes. O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, enviou, dia 30 de junho, cartas individuais a todos os senadores, deputados, governadores, prefeitos, secretários estaduais e municipais de saúde e integrantes dos Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems), conclamando os gestores a participarem ativamente dessa grande ação, sensibilizando a população. O ministério enviou também para os estados e municípios o plano de ação da campanha, assim como o manual técnico-operacional. CURIOSIDADE - A segunda maior campanha de vacinação mundial ocorreu em 1992, quando o Brasil vacinou 52 milhões de crianças e adolescentes contra o sarampo. Ministro pede mobilização da imprensa do Nordeste Reunido com 17 dirigentes da mídia regional, em Recife, Temporão ressaltou a importância de erradicar a doença no país, com vacinação de 70 milhões de pessoas O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, pediu a mobilização de rádios, TVs e jornais impressos do Nordeste para a campanha de vacinação contra a rubéola. Temporão esteve reunido nesta sexta-feira (11) com 17 dirigentes da mídia regional, em Recife. Também participaram do encontro o governador do Estado, Eduardo Campos, o Secretário Estadual de Saúde, João Lyra Neto, e a Coordenadora do Programa Nacional de Imunização do Ministério da Saúde, Marília Bulhões. “Essa é uma grande convocação a toda sociedade para que, a partir do dia 9 de agosto, a família brasileira vá aos postos e unidades de saúde”, afirmou o ministro. Para ele, a parceira na divulgação da campanha é fundamental para o Brasil atingir a meta de vacinar 70 milhões de pessoas. A campanha acontece entre os dias 9 de agosto e 12 de setembro. Homens e mulheres com idades entre 20 e 39 anos devem ser vacinados. Em cinco Estados, também serão chamados os adolescentes de 12 a 19 anos (Rio Grande do Norte, Maranhão, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Mato Grosso). Somente no Nordeste a meta é atingir 18,9 milhões de pessoas. “O objetivo da campanha é erradicar a rubéola. Embora seja uma doença benigna, pode causar a síndrome da rubéola congênita, provocando, nos recém-nascidos, doenças graves como: lesões cardíacas, cegueira, surdez e retardo mental”, afirmou Temporão. Em 2007, a doença foi registrada em 20 estados e, em 70% dos casos, atingiu a população masculina. Os principais sintomas da doença são febre baixa, manchas na pele, dor de cabeça e dores pelo corpo. Esta será a maior campanha de vacinação já realizada no mundo. A segunda maior mobilização foi em 1992, quando o Brasil vacinou 52 milhões de crianças e adolescentes contra o sarampo. Fonte: Ministério da Saúde / Colaboração: Renatha Melo, da Agência Saúde