O sucesso das edições anteriores da Campanha Nacional de Vacinação do Idoso determinou uma mudança importante na meta de idosos a serem vacinados em 2008. Ministério da Saúde, governos estaduais, municipais e do Distrito Federal definiram que, neste ano, 80% das pessoas com 60 anos ou mais devem ser vacinadas. O número é 10 pontos percentuais maior que os 70% estabelecidos todos os anos. Isso significa que pelo menos 14,5 milhões de idosos serão vacinados contra a gripe este ano. O aumento no percentual de cobertura de 70% para 80% se deve à grande adesão da população idosa brasileira à campanha. Em 2007, a vacinação atingiu 86,61% da população alvo. Neste ano, a campanha de vacinação começa em 26 de abril e se estenderá até o dia 9 de maio, em todo o Brasil. Em sua décima edição, a Campanha Nacional de Vacinação do Idoso traz o slogan "Não deixe a gripe derrubar você. Vacine-se". Os objetivos da vacinação são reduzir os casos de gripe, as complicações decorrentes dessa doença e os óbitos entre os idosos. Estudos nacionais e internacionais mostram que a vacina contra influenza reduz mais de 50% das doenças relacionadas à gripe nos idosos vacinados e, no mínimo, 32% das hospitalizações por pneumonias. Além disso, estudos apontam que há queda de pelos menos 31% das mortes hospitalares por pneumonia e influenza (gripe) e de cerca de 50% das mortes hospitalares relacionadas às doenças respiratórias. Quanto aos óbitos entre idosos, por diversas causas, o percentual de queda varia entre 27% e 30%. Para garantir a vacinação da população idosa do Brasil, o governo federal investiu R$ 150 milhões na realização dessa campanha, dos quais R$ 127 milhões aplicados na aquisição dos imunobiológicos, R$ 17 milhões transferidos para estados e municípios e R$ 5 milhões para apoiar a operacionalização da ação. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que em duas décadas o 6º país do mundo em população de idosos. Semelhante ao que acontece nas demais nações do mundo, o país está passando por um processo de envelhecimento rápido e intenso. Um dos maiores desafios em relação à saúde da população com mais de 60 anos é a prevenção de enfermidades que interferem no desenvolvimento de suas atividades diárias, sendo a gripe uma das principais doenças. Hoje, o crescimento do fluxo de viagens internacionais e da população com mais de 60 anos (mais vulnerável) facilitam a disseminação do vírus. Isso exige da política nacional de saúde estratégias adequadas, com atenção especial à ampliação das coberturas vacinais dos grupos de risco, às pesquisas e ao desenvolvimento de vacinas. O esforço para a vacinação de idosos no Brasil conta com o apoio dos integrantes do Comitê de Divulgação e Mobilização da Campanha de Vacinação do Idoso. Participam do Comitê dezenas de parceiros, como os ministérios dos Transportes, Esportes, Trabalho, Defesa, Desenvolvimento Social e Ciência e Tecnologia, além da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e da Organização Pan-americana de Saúde. Também integram o Comitê o Movimento das Donas de Casa e Consumidores, o Conselho Nacional dos Direitos do Idoso, a Sociedade Brasileira Geriátrica, a Santa Casa de São Paulo, a Federação dos Aposentados e Pensionistas do Distrito Federal, entre outros. Estratégia De acordo com o Programa Nacional de Imunizações (PNI) da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), do Ministério da Saúde, a vacinação de pessoas com 60 anos ou mais é a principal estratégia para reduzir a ocorrência de doenças respiratórias, suas complicações e os óbitos nas pessoas acima de 60 anos de idade. Além da vacina contra a influenza, o PNI também enviará aos estados e municípios, vacinas contra difteria e tétano, pneumococo e febre amarela, para reforçar a ação. Para tanto, foram adquiridas 18 milhões de doses de vacina contra a gripe; 4 milhões de doses da Dupla Adulto, que protege contra difteria e tétano; 250 mil doses contra pneumonia por pneumococo; e 1 milhão de doses contra a febre amarela. De acordo com o PNI, o Brasil é um dos poucos países que oferece gratuitamente a vacina para pessoas com 60 anos ou mais. As campanhas de vacinação de idosos começaram em 1999. Desde então, milhões de pessoas são vacinadas todos os anos no Brasil. Ainda segundo a área técnica de imunizações do Ministério da Saúde, a campanha de vacinação do idoso segue recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) de priorizar os idosos na vacinação. A gripe entre jovens não representa problema de saúde pública. Leva-se em consideração que o organismo do idoso é mais vulnerável à gripe. Assim, eles podem sofrer complicações, como a pneumonia ou a desestabilização de um quadro de doença cardíaca ou renal. A vacina A vacina contra a gripe é produzida com base nas três cepas (subtipo de vírus) de maior circulação no Hemisfério Sul. Essa combinação eleva a capacidade de proteção da vacina. A vacina leva duas semanas para produzir efeito e deve ser tomada todos os anos. Os vírus presentes na vacina estão mortos e não podem se reproduzir e provocar a doença. Isto significa que a vacina não causa gripe. Só não podem ser vacinados aqueles que têm um quadro raríssimo de alergia comprovada à proteína do ovo, uma vez que a dose é produzida em embriões de galinha. A doença A gripe é considerada uma das doenças infecciosas que mais preocupam as autoridades sanitárias no Brasil e no mundo. No último século, ocorreram três pandemias (epidemia em escala mundial) responsáveis por mais de 50 milhões de mortes, problemas sociais e perdas econômicas: a Gripe Espanhola (1918), a Gripe Asiática (1957) e a Gripe de Hong Kong (1968). Especialistas acreditam que uma nova pandemia poderá acontecer nos próximos anos, provocando milhões de casos da doença. A característica mutável do vírus influenza, causador da gripe, reforça esta hipótese. A forma e a gravidade da gripe variam muito. Seus principais sintomas são febre, calafrios e mal estar generalizado, freqüentes nos primeiros dias. A rinite e a faringite também podem ocorrer. Quando os sintomas iniciais diminuem, aparecem problemas respiratórios, como dor de garganta, tosse seca, coriza e congestão nasal.