Depois de visitar os municípios de Barras e Campo Maior, a Secretaria Estadual de Saúde vai enviar, a partir de amanhã, várias equipes para os municípios mais atingidos pelas enchentes ocasionadas pelas chuvas no Piauí. Mais de quarenta profissionais das áreas de Vigilância e Atenção à Saúde estão avaliando e procurando resolver as questões mais imediatas. De acordo com dados da Defesa Civil do Estado, 11.505 famílias estão desabrigadas no Estado. É para minimizar os problemas e prevenir várias doenças que podem afetar a população atingida, que a Sesapi preparou um plano emergencial com objetivo de intensificar as ações de Vigilância á Saúde (Vigilância Epidemiológica, Vigilância Ambiental e Vigilância Sanitária) e consequentemente intensificar as de promoção e prevenção dos referidos agravos, melhorando também a resolutividade dos hospitais. Para a diretora da Unidade de Vigilância e Atenção à Saúde, Gorete Ferreira, o aumento das chuvas com alagamento de cidades intensifica o aparecimento e o ressurgimento de novas doenças, principalmente as de veiculação hídrica e as Infecções Respiratórias Agudas. “Também é comum aparecerem as intero infecções, principalmente as gastrenterites, diarréias por rotavirus e outros vírus, hepatites virais, verminoses, a leptospirose. Além disso, os problemas respiratórios comprometem principalmente as crianças e idosos em decorrência do aumento da umidade e do contato das pessoas”, diz Gorete. Outra frente de trabalho da Secretaria de Saúde é a preparação dos hospitais e regionais de Saúde. Nesse sentido estão sendo enviados medicamentos e tomadas às providências para que as salas de reidratação oral funcionem em todos os hospitais. “Além disso, estamos nos preparando para, caso for preciso, contratar mais profissionais, principalmente clínicos e pediatras para atender toda a demanda. Passamos o final de semana reunidos para traçar um plano emergencial para, junto com a Defesa Civil e a Secretaria de Assistência Social e Cidadania, diminuir o sofrimento dessas pessoas”, disse o secretario Assis Carvalho. Por outro lado, outra preocupação da Secretaria é estar preparada para os casos de dengue quando as águas começarem a baixar em todo Estado. “Tudo isso deve ser pensado antecipadamente. Na quarta-feira vamos a Brasília apresentar nosso plano emergencial e pedir apoio do Ministério da Saúde para que não faltem medicamentos e para que seja enviada uma equipe de técnicos para auxiliar os trabalhos no Piauí”, ressaltou o secretário. Nesta terça-feira, o secretário vai se reunir com os diretores de hospitais e de unidades administrativas da sede da Sesapi para traçarem estratégias unificadas para enfrentar a situação. De já, a Diretoria de Vigilância Sanitária do Estado, que está enviando técnicos para os municípios, alerta para importância de alguns cuidados. “A Secretaria já está enviando hipoclorito de sódio para ser utilizado no tratamento da água e para a limpeza dos locais que estão abrigando as pessoas desalojadas. O importante é não consumir água sem tratamento, acondicionar bem o lixo, proteger os alimentos das moscas e outros insetos, não deixar as crianças ficarem descalças, lavar frutas e verduras com água e sabão, não deixar animais em contato com as crianças e nunca permitir que elas brinquem na água das enchentes”, explica Tatiana Chaves, diretora da Vigilância Sanitária Estadual. Barras e Campo Maior No último final de semana, uma equipe de técnicos das Secretarias Estaduais de Saúde e de Defesa Civil viajou para os municípios de Barras e Campo Maior. Eles se reuniram com representantes municipais das Secretarias de Saúde, Defesa Civil, Corpo de Bombeiros e diretores de Hospitais, além dos prefeitos Manin Rego, de Barras, e Joãozinho Félix, de Campo Maior, para traçar ações de assistência aos desabrigados. O Governo Estadual já enviou oito toneladas de alimentos e colchões para os desalojados. Nos abrigos, a equipe da Vigilância Sanitária providenciou a desinfecção das caixas d’água e orientou os municípios para disponibilizar cestos de lixo em pontos estratégicos do abrigo, além de garantir a coleta diária. Também nesses municípios, foi coletada água que está sendo consumida para análise no Laboratório Central do Estado. Outra providência tomada em Campo Maior foi o adiamento das cirurgias eletivas no Hospital Regional. “São cirurgias que podem ser adiadas sem problema, já que a prioridade agora é garantir que existam leitos para atender as vítimas das cheias. Existem riscos de doenças como a leptospirose, hepatite, dengue e diarréias agudas e as nossas orientações são no sentido de proporcionar à população o armazenamento de água sem contaminação e colocar em dia as vacinas necessárias”, disse Amélia Costa, enfermeira da Secretaria de Saúde. Esperantina Com o transbordamento dos reservatórios de água da Agespisa na cidade de Esperantina e a conseqüente paralisação do sistema de tratamento de água, a Secretaria de Saúde providenciou um veículo para transportar água para o Hospital Regional Júlio Hartman, que será devidamente tratada pela Agespisa, garantindo a tranqüilidade dos pacientes do hospital. Por Paula Danielle