Apesar da aparência tão delicada que o nome recebe, poucas pessoas sabem e entendem a grande importância que o teste do pezinho representa para a saúde dos recém-nascidos. O exame é feito através de um exame laboratorial muito simples, um furinho no calcanhar, região rica em vasos sanguíneos, é o suficiente para a coleta do sangue, que pode detectar doenças metabólicas, genéticas e infecciosas, capazes de causar alterações no desenvolvimento neuropsicomotor do bebê. O diagnóstico precoce oferece condições de um tratamento iniciado nas primeiras semanas de vida do bebê, evitando a deficiência mental. A deficiência, uma vez presente no corpo, já não pode ser curada. De acordo com a técnica de patologia clínica da Maternidade Dona Evangelina Rosa, Eliane Amorim, o teste do pezinho deve ser realizado entre o terceiro e o sétimo dia de nascimento da criança. “O período de três a sete dias após o nascimento do bebê é o ideal para a realização do teste, o que não impede a mãe de levar o seu filhinho para fazer após esse período”, afirma. A maternidade coletou em média 500 amostras de sangue até o mês de maio deste ano, o que ainda é considerado um número pequeno, segundo Eliane. “Para a quantidade de conseqüências que uma criança poderá herdar futuramente, esse é um número pequeno, precisamos atingir muito mais do que isso”, alerta. A Galactosemia, uma das doenças que pode ser detectada com o teste do pezinho, é deficiência de uma enzima que é responsável pelo processamento do açúcar contido no leite. Quando a criança deficiente ingere o leite, ocorre o acúmulo de galactose nas células do fígado, rins, cérebro e olhos. Com isso a criança fica impossibilitada de se alimentar do leite ou qualquer substância que contenha lactose ou galactose. “O bebê precisa se alimentar corretamente, então caso seja diagnosticado que o bebê tenha galactosemia, a mãe será orientada e a criança será alimentada e tratada corretamente”, conclui a técnica. O Diretor do Instituto de Perinatologia Social no Piauí, Josué Nascimento, alerta as mães para a realização do teste. “É necessário que as mamães atentem para a seriedade do teste do pezinho. Com o diagnóstico precoce das patologias é possível tratar a criança antes que ela sofra as conseqüências ativas da doença”, diz. Muitas mães confessam ainda terem receio de realizar o teste do pezinho, o que não acontece com Dona Joselene Almeida, mãe do pequeno Lucas Gabriel, de apenas 12 dias. Ela levou o filho para fazer o exame e reconhece a importância que o mesmo contribui para a saúde da criança. “O teste é uma prevenção. Nós como mães temos a oportunidade de interferir que nossos filhos possam adquirir alguma doença que venha a lhe prejudicar futuramente. Claro que a gente não gosta de ver nosso filhinho chorando, é doloroso para uma mãe, mas ele vai nos agradecer depois”, lembra. O teste do pezinho é obrigatório por lei em todo o Brasil. A Maternidade Dona Evangelina Rosa é posto de coleta para o exame, funcionando as manhãs e tardes, durante todos os dias.