Olhos vermelhos, irritados, com sensação de areia, lacrimejantes, com secreção, sempre coçando e com intolerância à luz. Em muitos casos esses podem ser sintomas do Tracoma, uma doença contagiosa, provocada por uma bactéria que atinge principalmente as crianças e que é a segunda causa de cegueira no mundo, só perdendo para catarata. Apesar de o tratamento ser fácil, muitas pessoas nem chegam a saber que possuem a doença. É para orientar, prevenir e fazer um controle dos casos no Piauí, que a Secretaria Estadual de Saúde está preparando os agentes de saúde para investigar nas escolas de todo o Piauí se existe ou não casos da doença entre as crianças. Para isso, a Secretaria está realizando até a próxima sexta-feira, no auditório do Laboratório Central do Estado (Lacen), o Treinamento de Vigilância Epidemiológica do Tracoma e Ações Básicas de Saúde Ocular. Estão participando profissionais de saúde das regionais de Parnaíba, Campo Maior, Teresina, Picos, São João, Corrente, Fronteiras e Uruçuí. “Esse ano, uma das ações prioritárias da Gerência de Vigilância em Saúde da Secretaria é concluir um inquérito que investiga a situação real das crianças piauienses em relação ao Tracoma. Para isso, estamos preparando os agentes de saúde para visitar todas as escolas do Piauí para não apenas notificar os casos, mas também para orientar sobre a doença e encaminhar os casos para tratamento através dos médicos do Programa Saúde da Família”, explica a médica Liana Medeiros, da Gerência de Vigilância em Saúde da Secretaria. Ela destaca que nas primeiras investigações foram detectados 219 casos em 68 municípios, a maioria da região sul. “Detectamos muitos casos em Picos, Floriano e principalmente em Corrente, onde está a metade de todos os casos do Piauí. Agora, com a conclusão do inquérito, vamos poder saber com mais detalhes onde estão os casos e principalmente tratá-los”, ressalta a médica. A transmissão da doença acontece de uma pessoa para outra, principalmente em ambientes coletivos como escolas e creches, de objetos contaminados como lápis, borracha e caneta, de roupas de cama e lenços, de toalhas de rosto e de banho. Para se prevenir, o mais adequado é lavar sempre as mãos e o rosto várias vezes ao dia, não coçar os olhos, não usar toalhas ou lenços de outras pessoas, evitar dormir na mesma cama com várias pessoas e quando isso for preciso, dormir com a cabeça para lados diferentes.