Francinaldo Mendes, 48 anos, é um dos pacientes atendidos no Serviço Ambulatorial do Centro de Hematologia e Hemoterapia do Piauí – Hemopi. Ele reside na localidade Brejo Grande na Zona Rural do município de São Miguel do Tapuio, região Norte do Piauí. Todos os meses o lavrador vem ao Hemopi para consulta de rotina e recebe o fator IX, medicamento hemoderivado indicado para pessoas com hemofilia B. 

Ele conta que duas vezes por semana precisa infundir o medicamento para evitar os sangramentos característicos da hemofilia. Francinaldo descobriu a doença quando tinha 17 anos depois de realizar uma cirurgia e apresentar complicações. 

O medicamento que ele recebe gratuitamente através do Sistema Único de Saúde (SUS) é produzido à partir do plasma, um dos hemocomponentes do sangue. No final de 2023, o Hemopi foi qualificado pela Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia – Hemobrás para o fornecimento de plasma excedente das transfusões sanguíneas para fracionamento industrial. Entre os meses de janeiro e abril, o Hemopi já enviou 10.112 unidades de plasma excedente, totalizando 2.518 litros para a indústria nacional. 

Até chegar na veia dos pacientes em forma de medicamento, o plasma percorre um longo caminho que começa quando o doador vem até o hemocentro. Após a doação, a bolsa de sangue segue. São eles: concentrado de hemácias, plaquetas, crioprecipitado e o plasma. 

A Hemobrás é responsável pela qualificação dos serviços de hemoterapia brasileiros para fornecimento de plasma excedente do uso transfusional para produção de medicamentos hemoderivados, conforme Portaria nº 1.710/2020 do Ministério da Saúde. O plasma é utilizado em fracionamento industrial para a produção dos medicamentos hemoderivados: albumina, imunoglobulina, fator VIII e fator IX de coagulação. Esse mesmo que o Francinaldo recebe gratuitamente na farmácia do Hemopi todos os meses. 

O Serviço Ambulatorial do Hemopi é referência para o tratamento de coagulopatias e doenças hematológicas no estado do Piauí. Lá são atendidos pacientes com doenças como Hemofilia, Talassemia e Anemia Falciforme, sendo que muitos destes pacientes dependem das medicações feitas de hemoderivados para ter uma qualidade de vida melhor.

Ao doar o plasma excedente, os serviços de hemoterapia contribuem com a produção dos medicamentos hemoderivados e ajudam a salvar e a trazer qualidade de vida a milhares de brasileiros pacientes do SUS.