A falta de água tratada e de qualidade atinge uma grande parcela da população brasileira, mas nesta sexta-feira, 09, mais de sete mil pessoas vão passar a ter água em suas casas e unidades sanitárias com a retomada das obras do Programa de Saúde e Saneamento Básico na Área Rural do Piauí – Prosar. O Programa faz abastecimento d´água e instala unidades sanitárias. Foram retomadas as obras nove localidades do Estado. São elas: Curralinho, Torrões e Coroatá em Picos; Aparecida e Fumal em Valença; localidade Jabuti em Inhuma, a localidade Croazal em Jaicós e os municípios de Aroeira do Itaim e Lagoa do Sítio. O secretário de Saúde, Assis Carvalho assinou as ordens de serviço junto com o coordenador do Prosar, Valter Carvalho, e dos representantes das cinco construtoras responsáveis pelas nove obras. Mais de sete mil pessoas que vivem no semi-árido piauiense serão beneficiadas com a construção de unidades sanitárias e sistema de abastecimento de água. Serão investidos nessas comunidades mais de R$ 5 milhões, sendo que somente nas três comunidades da região de Picos, serão investidos mais de R$ 1 milhão. Durante o seu discurso o secretário enfatizou que o Prosar precisa de muita dedicação para que as pessoas entendam a importância desse projeto. “O Prosar tem trazido benefícios e muita satisfação a várias comunidades do Piauí a exemplo de Croazal, em Jaicós e Buriti do Rei em Oeiras, que hoje têm água limpa e tratada”, afirmou dizendo ainda que em no máximo 70 dias a obra em Coroatá estará concluída. Assis falou também sobre a aprovação da emenda n. 29 pela Câmara dos Deputados que define os gastos e as competências dos poderes federal, estadual e municipal dentro do sistema de saúde. “Na semana que vem irei novamente a Brasília conversar com o presidente da Câmara dos Deputados sobre a emenda 29 que vai fortalecer ainda mais o sistema de saúde”. Para o presidente da Associação Comunitária de Moradores do Coroatá, Joaquim Rego, esse é um momento de agradecer. “Nós moramos numa região muito seca, mas com grande potencial produtivo. A nossa comunidade está muito feliz com a retomada das obras. Esperamos que em pouco tempo a gente tenha água boa”, disse. Nasioseno Brito, diretor- administrativo do Sisar - Sistema Integrado de Saneamento Rural do Piauí e presidente da Associação Comunitária da Serra Velha, em Alagoinha do Piauí, falou sobre a taxa que á paga pelas famílias beneficiadas pelo Prosar. “Quero pedir aqui que as pessoas não tenham medo de pagar a taxa, que é considerada, por nós da minha comunidade baixa em relação a outras. As famílias pagam, em média, entre R$ 7 e R$ 15. Antes a gente comprava um tambor d´água por R$ 80,00, e agora você paga esse valor por um mês todinho”, esclarece. O prefeito de Picos, Gil Paraibano, ratificou o que disse o representante do Sisar. “O Prosar é um grande programa, por trabalha com o abastecimento de água. A população precisa entender que essa pequena taxa que é cobrada ajuda a trazer mais controle do uso da água. A quantia paga vai para um fundo, gerido pela própria comunidade, que pode ser usado para emergências, como por exemplo, no caso de uma bomba quebrar. Então é pra isso que serve”, afirmou. O Coordenador do Prosar Valter Carvalho destacou que o programa não traz apenas água e esgotamento sanitário, traz também qualidade de vida. “A água é tratada, potável e isso proporciona uma melhor qualidade de vida e saúde para a população rural do semi-árido piauiense”, disse acrescentando que, esse programa não teria o mesmo sentido se não fossem as parcerias. “As comunidades são importantes parceiros, porque são elas que passam a gerir o serviço depois que ele é implantado. Aqui em Coroatá são 132 famílias que estão sendo beneficiadas e que apesar de estar localizada no semi-árido piauiense, é uma região muito rica, de gente trabalhadora e de uma associação bastante atuante”. Sobre o Prosar O Prosar (Programa de Saúde e Saneamento Básico na Área Rural) é resultante da Cooperação Financeira oficial Alemanha - Brasil, através de um Contrato estabelecido entre o Ministério da Saúde (mutuário) e o KfW (agente financiador). Sendo a Secretaria da Saúde a responsável pela execução. Tendo o seu trabalho focado na região do semi-árido piauiense, nas seguintes Regionais de Saúde: Fronteiras, Oeiras, Paulistana, Picos e Valença. O Prosar está sendo implantado em 32 localidades (16 obras concluídas e 16 em andamento), atendendo a 34.640 pessoas (6.298 famílias). O objetivo é "a contribuição sustentável para a melhoria das condições de saúde na área do Programa"; Os objetivos específicos são "o atendimento sustentável da população com água potável e esgoto, garantir a manutenção e o funcionamento do sistema e melhorar os hábitos de higiene e de saúde preventiva da população". O Prosar utiliza-se da estratégia de desenvolvimento comunitário, no qual incentiva-se a participação ativa dos grupos beneficiados, a participação das Prefeituras, o associativismo local e regional no intuito de garantir a sustentabilidade e a auto-gestão dos Sistemas de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário. Para viabilizar a administração sustentável dos sistemas foi criada uma instituição gestora (Sisar), fundada a partir das associações comunitárias constituídas, Prefeituras dos municípios participantes do Programa e do Governo do Estado. São, também, realizadas ações de Educação Sanitária e Ambiental junto às populações beneficiadas (campanha de uso racional da água antes da instalação do Programa). Os critérios técnicos utilizados para seleção das localidades foram os seguintes: as aglomerações possuírem, no mínimo, 60 casas ou 300 habitantes; disponibilidade de energia elétrica; disponibilidade de água subterrânea ou de superfície, em quantidade e qualidade adequadas; disposição da população de se integrar aos sistemas de abastecimento de água e de coleta e destinação adequada para o esgoto como: aceitar hidrômetros de água, pagar as tarifas em função do consumo (cada família paga um valor mensal, que inclui taxa de Associação, operador do sistema, energia e consumo de água. Quem consome até 2 mil litros d’água paga uma taxa fixa de R$ 1,20) e de associar-se a um grupo de usuários; viabilidade técnica e financeira.