Começou na manhã de ontem, 25, na Escola Fazendária, o Curso de Capacitação para os Profissionais de Odontologia em Atendimento a Pessoas com Deficiência. Esta é uma iniciativa da Coordenadoria Estadual para Inclusão da Pessoa com Deficiência - CEID, em parceria com a Secretaria Estadual da Saúde. Participam do curso profissionais de 28 municípios. O curso tem como objetivo capacitar os profissionais de odontologia dos Centros de Especialidades Odontológicas - CEO’s e da rede hospitalar estadual que funciona em Teresina, a fim de que possam, em nível local, estarem aptas ao atendimento a esse público tão específico. “Uma das áreas que são contempladas para serem atendidas no CEO é o atendimento odontológico à pessoas com deficiência, então os dentistas reclamavam muito alegando que não eram capacitados para isso, para atender essas pessoas”, explica a coordenadora estadual de saúde bucal, Walesk Moreno. Os CEO’s são unidades de saúde participantes do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde – CNES, classificadas como Clínica Especializada ou Ambulatório de Especialidade. Os centros são preparados para oferecer a população com serviços como diagnóstico bucal, com ênfase na detecção do câncer de boca, periodontia especializada, endodontia, prótese dentária, entre outros. Atualmente o Piauí possui 16 unidades de CEO’s em funcionamento. “A política de saúde bucal no Piauí tem cada vez mais sido implementada, e cada vez mais tido resolutividade. Os 16 CEO’s já são resultados desse trabalho e nós temos hoje em quase todo o Estado uma cobertura de 96% de equipes de saúde bucal nos municípios do Piauí e outros municípios tem solicitado expansão desse programa a nível estadual”, comenta a gerente estadual de atenção básica a saúde, Leidimar Alencar. Hoje a prioridade na gestão estadual da saúde, através da Secretaria Estadual da Saúde é o fortalecimento da atenção básica, por meio de alguns eixos estratégicos, por exemplo, o monitoramento e a avaliação dos municípios através dos indicadores de saúde e dos níveis de resolutividade do programa PSF, programa de saúde bucal e os agentes comunitários de saúde que integram inicialmente a atenção básica. “Para isso, a Secretaria da Saúde também tem um outro eixo que é a qualificação das equipes e nesse momento está acontecendo à qualificação dos profissionais de odontologia que atuam nos CEO’s, isso serve como referência para as equipes de saúde bucal dos municípios”, conclui a gerente. Durante a capacitação, os profissionais de saúde bucal vão receber orientações de uma equipe multidisciplinar formada por psicólogo, neurologista, fonoaudiólogo, dentista e psiquiatra. Leile Costa é psicóloga e uma das monitoras do curso, ela acredita o maior empecilho para o atendimento desse público é a insegurança do profissional. “Nós vamos trabalhar durante o curso a parte psicológica do profissional. Muitas vezes o atendimento odontológico não é feito porque o profissional não se sente preparado ou com certo receio em lidar com o paciente com deficiência. Realmente, esse é um paciente que causa um certo impacto e cria no dentista uma ansiedade que pde vir a atrapalhar o atendimento. Vamos orientar como o profissional pode aliviar essa ansiedade, como ele pode lidar com o medo do novo, do desconhecido, para que ele possa atender o paciente com deficiência como qualquer outro. È um paciente que só requer um pouco mais de atenção e cuidado no manejo” afirma a psicóloga. A cárie dentária ainda é considerada o maior problema bucal para os profissionais da área. “Embora ainda tenha tido uma queda, a cárie ainda é o maior problema. O Piauí tem um CPOD (índice de dentes cariados, perdidos ou obturados) de 2,78 por faixa etária de 12 anos”, diz Walesk Moreno.