As mulheres podem doar mais sangue que os homens. O Centro de Hematologia e Hemoterapia do Piauí (Hemopi) está trabalhando com esse dado na preparação de uma campanha para estimular a doação feminina, espontânea e freqüente, prevista para março, quando das comemorações do Dia da Mulher, dia 8. Antes, o Hemopi prepara a campanha para fortalecer o estoque para a Semana Santa, na qual é esperada, também, boa participação das mulheres. Segundo informações de Maria Teixeira, supervisora de Comunicação e Marketing do Hemopi, a doação feminina será incentivada nas duas campanhas. Uma das razões pelas quais a participação das mulheres será incentivada é populacional. Elas são em maior número. Depois, elas são mais aceitas a um modo de vida menos expositivo e de risco, ao contrário dos homens. Apesar disso, as mulheres têm doado menos e a razão é cultural. "Precisamos aproveitar o dia 8 de março tanto para parabenizá-las como para incentivá-las a fazer mais doações espontâneas e freqüentes, porque isso é importante para o Hemopi e para toda a população piauiense", disse Maria Teixeira. O Hemopi conseguiu aumentar a doação voluntária de 25% para 37,5% na campanha para formação de estoque no Carnaval, o que foi uma surpresa boa para seus funcionários. Isso porque houve aumento das doações voluntárias e espontâneas. As doações voluntárias são aquelas feitas para alguém, como uma pessoa da família que vai se operar. Já as doações espontâneas são aquelas feitas ao Hemopi, na qual o doador não sabe a destinação de sua doação. Atualmente, mais de 60% das pessoas que fazem doação, fazem para um amigo ou parente, quando o ideal será que 80% dos doadores fizessem a doação espontaneamente para atendimento das emergências em Teresina e no interior, onde há 16 agências transfusionais do Hemopi, em funcionamento. O órgão quer despertar a consciência de que a doação espontânea e freqüente é importante. Maria Teixeira disse que seria oportuno que os doadores retornassem após o período de recuperação. Para os homens, esse período é de dois meses, podendo fazer quatro doações ao ano. Já as mulheres podem doar a cada três meses, o que dá três doações ao ano. Ela acrescentou que, por uma questão cultural, há também maior número de doadores entre as camadas menos abastadas da população, o que faz com que doação de sangue seja relacionada a soldados e às classes populares. Porém, as classes mais abastadas são também potencialmente boas doadoras.